POENTE – Chamarra
Letra:
Quando chega o fim de tarde e o céu azul vai caindo,
Cevo um mate de erva buena pra contemplar o poente;
O meu rincão se agiganta e o campo para tão lindo,
É o sol reverenciando toda a essência da gente...
Uma aquarela se forma anunciando o esplendor,
Com matizes colorados que se comparam ao chão,
Arquitetura divina que no horizonte se encerra,
Quando o sol beija a coxilha refazendo um novo tom!
Não há coisa mais linda que o pôr do sol desta terra,
Revoam os passarinhos e já se avista a boieira...
A natureza é perfeita traduzida em cada cor
Que se reflete na sombra dos galhos de uma palmeira!
Não é preciso ser poeta para enxergar o cenário,
Basta abrir a própria alma e receber o universo;
Um tostado refletido ganha o céu no imaginário
Com galopes de esperança esculpidos pelo verso...
– E se um dia, companheiro, faltar ganas pra viver,
Te convido, puxe um cepo e contemple este lugar;
Neste poente a paz habita e o silêncio vem dizer
Que se um dia chega ao fim, outro recomeçará!
Não há coisa mais linda que o pôr do sol desta terra,
Revoam os passarinhos e já se avista a boieira...
A natureza é perfeita traduzida em cada cor
Que se reflete na sombra dos galhos de uma palmeira!
Vai pintando de saudade o lombo verde da pampa
Renovando as energias num sentimento tão bom...
E eu, de longe, admirando esta gaúcha estampa
Retribuo mais um dia com saúde e gratidão!