Um Mate em Quatro Elementos
Letra:
Aquele mate espumado,
Traz na cuia a sanga calma —
É querência das aguadas,
Mantando a sede da alma.
Tem no porongo queimado
O abrasamento curtido,
E a cambona, borbulhando,
Esquenta o sabor nativo.
E, se vem bem topetudo,
Na terra verde que encilha,
Corredor de dedos largos
Na formação da coxilha.
Soprando a vida de frente,
Se acomoda a tacuapi,
Que traz o vento da pampa
Na herança do Guarani.
POR ISSO, MEU MATE É ÁGUA,
PRA SEDE DA GAUCHADA;
É O AR QUE VENTA FORTE,
QUANDO PASSA NA VOLTEADA.
É QUENTURA HOSPITALEIRA,
EM LABAREDAS DE FOGO;
MEU MATE É CHEIRO DE TERRA,
DO FEITIO DESTE MEU POVO!
“Assim, os Quatro Elementos,
Naturais deste rincão,
Pulsam na cuia do mate,
Como um só coração!”
Se encontra a vida na Água,
Aquecida pelo Fogo,
Com a erva “buena” da Terra,
Espalha a seiva no Ar!
(REFRÃO)
Traz na cuia a sanga calma —
Mantando a sede da alma.
O abrasamento curtido,
Esquenta o sabor nativo.
Na terra verde que encilha,
Na formação da coxilha.
Se acomoda a tacuapi,
Na herança do Guarani.
(REFRÃO)
Meu mate é feito de
Terra, água, ar e fogo,
No Carijo do meu povo...
Deste povo!