Alma de Antes

Letra:

Hoje quero um mate e um rádio de pilha

milongueando versos, lá de onde eu vim

contando o meu pago com a alma gaúcha

que o Zé Claudio, um dia, cantou só pra mim...

 

Quero que as palavras, de um livro do Rillo

saia dos guardados pelo rio dos versos

e encante os olhos de um guri povoeiro

que conhece pouco, do seu universo...

 

Quero que o silêncio das tardes de maio

me leve de volta pra algum tempo moço

e eu prove a ternura da vida e do campo

que o Tocaio tinha, em sua alma de poço...

 

Quero ouvir meu pago, num palco povoeiro

Sonoras milongas, que andam distantes.

Que tragam esperança de algum verso novo

com a voz destes tempos, e a alma de antes.

 

Quero que as pajadas, todas que ouvi

um dia se espalhem, muito além dos planos

com a força do campo, incontida nelas

renascendo a alma de Jayme Caetano.

 

Quero que o canto de outro Passarinho

me acalente a alma, me cale outra vez...

Pra lembrar um pouco o guri que fui

vestido as pilchas, que minha mãe fez.

 

Quero ouvir Noel, cantando Aureliano

encilhando um zaino, querendo partir...

E na voz serena de algum rio da infância

navegue meus sonhos junto ao Cenair.

Por favor, aguarde enquanto o processo é concluído...