NA FORÇA DO SANGUE – Milonga
Letra:
Trazem na força do sangue, esses crioulos que encilho,
A marca do meu Rio Grande, deixados de pai pra filho...
Já foram cama pra o basto, alazão, preto e tordilho
Um picaço patas brancas, e um redomão douradilho.
Um baio ruano, lindaço, era o melhor na fazenda,
Alvorotava as percantas, quando chegava na venda,
A crina grande esvoaçando, parece feita de renda...
Que um dia só por um sim, eu presenteei uma prenda.
Trazem na força do sangue, esses crioulos que encilho,
A marca do meu Rio Grande, deixados de pai pra filho.
Mescla de sangue chileno, com minha marca no couro,
Anca boleada na graxa, encontro de pechar touro,
Pra um aparte de mangueira, confio nas patas do mouro,
Que já me deu de lembrança, freios de prata e de ouro.
Guardo na alma gaúcha, esse amor pelos cavalos...
Que um dia Deus nos legou, nesta pampa por regalo,
Ao ver um pingo na rédea, o taura pensa ao montá-lo,
Na força que tem o sangue, e seu orgulho ao cantá-lo.